sexta-feira, 27 de julho de 2007

Evolução Biotech em suas mãos


A biotecnologia não só faz parte, como já está mudando sua vida

Como a maioria dos brasileiros, José já ouviu falar em biotecnologia, mas não tem idéia de quanto ela já faz parte da sua vida. Talvez saiba que ela está por trás dos transgênicos, da clonagem e das células-tronco, assuntos vistos com preconceito e desinformação por boa parte da população. Influenciado por isso, ele pode concluir que se trata de uma ciência perigosa e muito distante de sua realidade. O que ele não sabe é que todos os dias, quando começa a trabalhar como padeiro, ele está lidando com a biotecnologia. Ela continua presente em sua vida durante a cervejinha com os amigos e em outros momentos. "A biotecnologia, que, em um sentido mais amplo, pode ser definida como o uso de qualquer organismo vivo domesticado para produzir novos itens, existe há milhares de anos. O pão e a cerveja, fermentados pela ação de microorganismos, podem ser considerados produtos biotecnológicos", diz Paulo Lee Ho, diretor do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantan.

Essa definição deixou mais claro o potencial dessa ciência para Dorival. O agricultor, que vive no interior do Tocantins, mal consegue pronunciar a palavra biotecnologia, mas sabe que seu filho só está vivo hoje por causa dela. Robson sofre de um problema genético raro, debilitante e letal chamado doença de Gaucher, que causa a deficiência de uma enzima responsável pela digestão de gorduras de células como as hemácias. O resultado é um acúmulo de gordura em órgãos como baço, fígado, rins e pele. Como se trata de uma doença rara - são cerca de 4.800 pacientes no mundo e 520 no Brasil -, apenas em 1995 foi desenvolvida a primeira droga para tratá-la (a doença foi descrita em 1882 pela primeira vez), um medicamento biológico.

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